O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, da coalizão Pacto Histórico, terá desafios políticos, econômicos e sociais a partir de sua posse no dia sete de agosto. Ele foi eleito, neste domingo (19), com 50,44% dos votos no segundo turno da eleição presidencial. A esquerda e centro-esquerda se uniram, pela primeira vez, para que Petro, que era candidato à Presidência pela terceira vez, chegasse ao palácio presidencial.
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Gustavo Petro foi eleito presidente da Colômbia com 50,50% dos votos no segundo turno
Segundo analistas, o ineditismo da derrota da direita no país marca uma guinada política na Colômbia, iniciada com os protestos de 2019 e 2020. O outro candidato, o empresário do setor da construção Rodolfo Hernández, da Liga de Governantes Anticorrupção, recebeu 47,3% dos votos.
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Petro será o primeiro presidente de esquerda do país
No seu discurso da vitória, o presidente eleito ratificou sua proposta de realizar um acordo nacional com as diferentes linhas políticas do país, incluindo a extrema direita.
Petro convidou os eleitores de Hernández para que o visitem na Presidência, chamada de 'Casa de Nariño' (leia-se Casa de Narinho). "Fazer a paz na Colômbia significa que os mais de dez milhões de eleitores de Hernández são benvindos. Não vamos trabalhar destruindo o opositor. Todos serão 'benvindos' para dialogar no palácio presidencial", disse Petro.
Seus eleitores reagiram gritando: "Não à guerra". Ele entende que somente através "do diálogo, do amor e sem ódio e vingança" será possível realizar as reformas necessárias para que o país seja mais igualitário e inclua também os indígenas, os afrodescendentes (como sua vice-presidente, Francia Márquez) e os que foram e são vítimas da violência. O professor colombiano de políticas públicas e internacionais da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, José Antonio Ocampo, acredita que este "acordo nacional" é decisivo. "Esperamos e devemos apoiar o acordo nacional (que Petro propôs). O acordo é essencial para que sejam superadas as profundas divisões sociais e regionais dos últimos anos e deste processo eleitoral colombiano".
Fonte: BBC Brasil
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